Equipe vai acompanhar incursão da PM.
Ação ainda não é ocupação do conjunto de favelas.

Militares se preparam para participar de operação da PM na Maré (Foto: Mariucha Machado/G1)Militares se preparam para participar de operação da PM na Maré (Foto: Mariucha Machado/G1)
Os militares do Exército que vão acompanhar uma operação da PM no conjunto de favelas da Maré nesta quarta-feira (26) vão utilizar um equipamento chamado MD8, para detecção de armamentos enterrados por traficantes.  A equipe se preparava para participar da incursão no 22ºBPM (Maré).
Segundo o Capitão Rafael Medeiros, do 1º Batalhão de Engenharia de Combate Escola, o objetivo do trabalho nesta manhã será justamente a busca por armas escondidas por criminosos. Pontos em uma área de 141 mil metros quadrados, onde ficam cerca de 3,5 mil residências, serão percorridos. O oficial ressaltou que, como o Exército não pode entrar nas casas, o Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) vai ficar por conta desta negociação.
"Vamos detectar pontos suspeitos levantados pelo batalhão aqui na Maré. O equipamento é para fazer a detectacao de metal, ele evita a varredura desnecessária. Ele pode localizar  um prego, uma agulha enterrados em uma profundidade de 30 centímetros. É um equipamento importado e nos já usamos em outros trabalho", explicou o capitão.
O capitão disse ainda que os oficiais não vão estar armados durante a ação desta quarta.  Dez detectores serão usados. Cada militar levara também um capacete, colete e roupas antiexplosão.
"Nós estamos prestando agora apenas um apoio à Secretaria de Segurança. A gente vai ter um primeiro contato com a área, o que já da para fazer um levantamento. Temos hoje 15 militares. Aqui é uma equipe específica, de trabalho de apoio ao Bope. Nós vamos trabalhar sem arma, porque pode afetar o desempenho do equipamento", diz Medeiros.
O detector de metal que será usado, o MD8,  já foi usado durante a ocupação do Conjunto de Favelas do Alemão, em 2010.
Um grupo de militares do Exército esteve na Maré nesta terça-feira por volta das 16h30 e ficaram 40 minutos no local. A incursão terminou com a apreensão de uma máquina de contar dinheiro.
Ocupação ainda sem data
Como mostrou o Bom Dia Rio, a presença do Exército na Maré nesta quarta ainda não é a ocupação definitiva da região pelas tropas federais. A ação desta quarta é uma oportunidade para para o Exército conhecer a geografia da região e trocar informações com os policiais militares que já atuam no local.
Os PMs que trabalham na comunidade fizeram um mapa que delimitou a área frequente de confrontos; um dos trechos atravessa todo o Conjunto de Favelas da Maré. A previsão é que o trabalho envolvendo o Exército dure o dia todo. As comunidades Parque União e Nova Holanda estão ocupadas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) desde sexta-feira (21).
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O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou na segunda-feira (24) que o estado vai assumir o Conjunto de Favelas da Maré e, em seguida, passará o comando para o Exército. O secretário não quis adiantar quando e nem quanto tempo vai durar a ocupação. Ele disse que em princípio, será somente o Exército e descartou a Marinha e a Aeronáutica. A Polícia Federal vai ajudar com o serviço de inteligência e a Polícia Rodoviária Federal vai auxiliar no cerco aos acessos, nos mesmos moldes da ocupação do Complexo do Alemão, em 2008.
Segundo Beltrame, havia uma "megalópole" do tráfico atuando no Rio. "Quando os criminosos começaram a perder território, começaram com essa retaliação covarde de até matar policial pelas costas", completou.Beltrame falou ainda que a UPP Maré já era prevista e que não tem relação com os ataques ocorridos na quinta-feira (20). "A Maré é um grande território de dominação do tráfico de drogas. A nossa resposta é fazer com o que o tráfico perca cada vez mais território. É mostrar para o tráfico que o estado tem força." O secretário disse que inicialmente 1,5 mil homens devem compor o efetivo da UPP Maré.
Beltrame também defendeu o efetivo de segurança que atua no estado. "Entrar em qualquer lugar do Rio de Janeiro não é uma dificuldade para nossas polícias. O problema para as forças do estado é se manter nessas áreas". Ele não explicou qual é a dificuldade para a manutenção dos policiais
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